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a campanha de canudos

ao passo que as tropas legaes andavam enthusiasmadas e fartas; parecia preferível cansar o inimigo, concentrado então no seu ultimo reducto, cuja defesa elle assim não poderia prolongar por muitos dias.

O general Arthur Oscar, entretanto, pensou de outro modo, e forçoso foi obedecer às suas ordens; de modo que, a 1° de outubro, realizou-se o combate.

A 6ª brigada da 2ª columna, composta do 4° batalhão de infantaria, collocado na margem direita do Vasa-Barris, do 29° e do 39°, dispostos na trincheira ao sul de Canudos, effectuou com impavidez o assalto de combinação com a 3ª brigada da 1ª co­lumna, formada pelos batalhões, 57, 25 e 35. Atacou ella a reta­guarda e os flancos da egreja nova, carregando á baioneta, afim de desalojar o inimigo fortemente entrincherado.

Este movimento, porém, não produziu todo o effeito que delle se esperava. Os jagunços, internando-se nas casas do centro do povoado, unicas aliás que estavam ainda em seu poder, difficultaram a execução da carga. Entravaram o accesso ás mesmas casas, de tal maneira que só por tres entradas alguem poderia se approximar do grupo, que ellas formavam. Mas cada qual estava melhor defendida, resultando dahi que quem quer que se aven­turava a assaltal-as era repellido logo por um fogo cerrado e mortífero. Isto valeu aos fanaticos a posse de algumas trin­cheiras, em que se mantiveram, não obstante as forças assaltantes terem sido augmentadas com a 1ª e 5ª brigadas. Elles, além de tudo, haviam « construído dentro das casas uns fossos, que ficavam abaixo do solo, junto das paredes que setteiraram, e dahi faziam um fogo mortalmente certeiro, entretanto ficavam a salvo de nossos fogos. Demais, unidas as casas umas às outras, e communicando-se por subterrâneos, tomada uma dellas, escoavam para outras de onde algumas vezes já haviam sido desalojados. »[1]

Apezar de tudo, ás 7 ½ horas da manhã, dado o toque do avançar, o 5° corpo de policia da Bahia tomou a posição que

  1. Ordem do dia n. 900, de 27 de novembro de 1897.