— ter vindo esperar bandidos sahidos, hontem Canudos, passando estrada Maniçoba, distante daqui oito leguas. Trajecto todo 40 leguas. Receio que espias, postos na estrada, cheguem tempo impossivel dar providencias satisfazerem. Convém múltiplos motivos evitar combate dentro da cidade. Seraphim affirma séquito Conselheiro ser superior a 1.000 clavinoteiros Nega intenções perversas, limitando 9 dias Conselheiro conducção taboado. O desanimo domina a população, apprehensiva da possibilidade de invasão, antes da chegada de força.»
Das próprias palavras do telegramma se vê — que o coronel João Evangelista parecia estar com a verdade, quando contestava o proposito sinistro, geralmente attribuido ao Conselheiro. O emissário deste tambem negava-lhe intenções perversas, e assignalava como motivo de sua viagem ao Joaseiro a conducção do taboado.
Entretanto, o governador havia — por cautela — requisitado do general commandante do districto militar 100 praças de linha, afim de seguirem para aquella cidade ao primeiro aviso do juiz de direito respectivo. Semelhante medida fôra dictada pela circumstancia de existir, então, na capital do Estado um numero limitado de praças de policia, por estar a maior parte dellas em Jequié, Lençóes, e outros pontos, onde a ordem publica tinha sido alterada.
De maneira que, logo depois da recepção do telegramma de 4, o Governador poude fazer seguir para Joaseiro um forte destacamento do 9ª batalhão de infantaria do exercito, sob o commando do tenente Manoel da Silva Pires Ferreira, que ali deveria proceder de accordo com o juiz de direito da comarca.
A 7 de novembro, esse mesmo magistrado telegraphava ao governador assim:
« Requisito ordem a telegraphista para reter qualquer telegramma, porventura expedido, noticiando partida expedição contra o Conselheiro. Força chegou. Envindo esforços para cumprir as ordens de v. ex, — Arlindo Leone. »