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A cidade e as serras

anzol. Jacintho, com uma paciencia livida, erguia uma lampada sobre a escuridão do poço fundo. E os senhores mais graves, o Historiador, o director do Boulevard, o Conde de Treves, o homem de cabeça á Van-Dick, sorriam, amontoados á porta, n’um interesse reverente pela phantasia de S. Alteza. Madame de Treves, essa, examinava serenamente, com a sua nobre luneta, a installação da copa. Só Dornan não se erguera da mesa, com os punhos cerrados sobre a toalha, o gordo pescoço encovado, no tedio sombrio de fera a quem arrancaram a posta.

No emtanto S. Alteza pescava com fervor! Mas debalde! O gancho, pouco agudo, sem presa, bamboleando na extremidade da guita frouxa, não fisgava.

— Oh Jacintho, erga essa luz! gritava elle, inchado e suado. Mais!... Agora! Agora! É na guelra! Só na guelra é que o gancho o póde prender. Agora... Qual! Que diabo! Não vae!

Tirou a face do poço, resfolgando e affrontado. Não era possivel! Só carpinteiros, com alavancas!... E todos, anciosamente, bradamos que se abandonasse o peixe!

O Principe, risonho, sacudindo as mãos, concordava que por fim «fôra mais divertido pescal-o do que comêl-o!» E o elegante bando