Página:A cidade e as serras (1901).pdf/145

Wikisource, a biblioteca livre
A cidade e as serras
131

devoto. O meu pensativo camarada comprou uma imagem da Basilica. E saltavamos para a vittoria, quando alguem gritou rijamente, n’uma surpreza:

— Eh Jacintho!

O meu Principe abriu os braços, tambem espantado:

— Eh Mauricio!

E, n’um alvoroço, atravessou a rua, para um café, onde, sob o toldo de riscadinho, um robusto homem, de barba em bico, remexia o seu absintho, com o chapéo de palha descahido na nuca, a quinzena solta sobre a camisa de sêda, sem gravata, como se descançasse n’um banco, entre as sombras do seu jardim.

E ambos, apertando as mãos, se admiravam d’aquelle encontro, n’um domingo de verão, sobre as alturas de Montmartre.

— Oh! eu estou aqui no meu bairro! exclamava alegremente Mauricio. Em familia, em chinellos... Ha tres mezes que subi para estes cimos da Verdade... Mas tu na Santa Colina, homem profano da planicie e das ruas d’Israel!

O meu Principe mostrou o seu Zé Fernandes:

— Com este amigo, em peregrinação á Basilica...