alma. Encolhido n’uma quinzena de panno côr de malva orlada de pelles de martha, com os pellos do bigode murchos, as suas duas rugas mais cavadas, uma molleza nos hombros largos, o meu amigo parecia já vergado sob o pezo e a oppressão e o terror do seu dia. Eu sorri, para que elle sorrisse:
— Valente Jacintho... Então como tens vivido?
Elle respondeu, muito serenamente:
— Como um morto.
Forcei uma gargalhada leve, como se o seu mal fôsse leve:
— Aborrecidote, hein?
O meu Principe lançou, n’um gesto tão vencido, um oh tão cansado — que eu compadecido de novo o abracei, o estreitei, como para lhe communicar uma parte d’esta alegria solida e pura que recebi do meu Deus!
Desde essa manhã, Jacintho começou a mostrar claramente, escancaradamente, ao seu Zé Fernandes, o tédio de que a existencia o saturava. O seu cuidado realmente e o seu esfôrço consistiram então em sondar e formular esse tédio — na esperança de o vencer logo que lhe conhecesse bem a origem e a potencia.