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A cidade e as serras
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E parece que fica para a vindima, e vai lá uma grandeza!

Santissimo nome de Deus! Ao outro dia, domingo, depois da missa e sem me assustar com a calma que carregava, trotei alvoroçadamente para Tormes. Ao latir dos rafeiros, quando transpuz o portal solarengo, a comadre do Melchior accudio dos lados do curral, com um alguidar de lavagem encostado á cintura. — Então o snr. D. Jacintho?... O snr. D. Jacintho andava lá para baixo, com o Silverio e com o Melchior, nos campos de Freixomil...

— E o Snr. Grillo, o preto?

— Ha bocadinho tambem o enxerguei no pomar, com o francez, a apanhar limões doces...

Todas as janellas do solar rebrilhavam, com vidraças novas, bem polidas. A um canto do páteo notei baldes de cal e tijellas de tintas. Uma escada de pedreiro descançára durante o Dia Santo arrimada contra o telhado. E, rente ao muro da capella, dois gatos dormiam sobre montões de palha desempacotada de caixotes consideraveis.

— Bem, pensei eu. Eis a Civilisação!

Recolhi a egua, galguei a escada. Na varanda, sobre uma pilha de ripas, reluzia n’um raio de sol uma banheira de zinco. Dentro