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A cidade e as serras
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o Grão-Duque Casimiro, dava uma magnifica ceia, a que o Grão-Duque... o Grão-Duque Casimiro, o irmão do Imperador...

Todos os olhos se desviaram para o meu Jacintho, que se servia de ervilhas: — e o Mello Rebello quasi se engasgou, n’um sorvo precipitado ao copo, para contemplar no meu amigo algum reflexo do Grão-Duque. E eu contei, com profusão, o peixe encalhado, o Grão-Duque pescando, o anzol feito com um gancho da Princeza de Carman, o duque de Marizac, cahindo quasi no poço do elevador... Mas não se produziu um unico riso, e a attenção mesma era dada com esforço, por cortezia. Debalde eu arremessava aquelles nomes magnificos de principes e princezas, misturados a cousas picarescas... Nenhum dos meus convidados comprehendia o maquinismo do elevador, um prato encalhado n’um poço negro... Perante o gancho da princeza as Albergarias baixaram os olhos. E a minha deliciosa historia morreu n’uma reticencia, ainda mais regelada pela exclamação innocente da tia Vicencia:

— Oh! filho, que cousas!

Mas, como Jacintho se enfronhára de repente n’uma larga conversa com a Luizinha Rojão, que ria, toda luminosa e palradora, — todos, como libertados do peso cerimonioso