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A cidade e as serras
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que um era para as ostras, outro para o peixe, outro para as carnes, outro para os legumes, outro para as fructas, outro para o queijo! Simultaneamente, com uma sobriedade que louvaria Salomão, só dois copos, para dois vinhos: — um Bordeus rosado em infusas de crystal, e Champagne gelando dentro de baldes de prata. Todo um aparador porém vergava, sob o luxo redundante, quasi assustador d’aguas — aguas oxigenadas, aguas carbonatadas, aguas phosphatadas, aguas esterilisadas, aguas de saes, outras ainda, em garrafas bojudas, com tratados therapeuticos impressos em rotulos.

— Santissimo nome de Deus, Jacintho! Então és ainda o mesmo tremendo bebedor d’agua, hein?... Un aquatico! como dizia o nosso poeta chileno, que andava a traduzir Klopstock.

Elle derramou, por sobre toda aquella garrafaria encarapuçada em metal, um olhar desconsolado:

— Não... É por causa das aguas da Cidade, contaminadas, atulhadas de microbios... Mas ainda não encontrei uma bôa agua que me convenha, que me satisfaça... Até soffro sêde.

Desejei então conhecer o jantar do Psychologo e do Symbolista — traçado, ao lado dos