Página:A cidade e as serras (1901).pdf/89

Wikisource, a biblioteca livre
A cidade e as serras
75

de bolsa e d’alcôva, desde o começo do anno, pediam o nome, a influencia, o dinheiro de Jacintho. Elle resistira, n’um enfado dos negocios, desconfiado d’aquellas esmeraldas soterradas n’um valle da Asia. E agora o conde de Treves, um homem esgrouviado, de face rechupada, erriçada de barba rala, sob uma fronte rotunda e amarella como um melão, assegurava ao meu pobre Principe que no Prospecto já preparado, demonstrando a grandeza do negocio, perpassava um fulgôr das Mil e Uma noites. Mas sobretudo aquella excavação de esmeraldas convidava todo o espirito culto pela sua acção civilisadora. Era uma corrente de idéas occidentaes, invadindo, educando a Birmania. Elle acceitára a direcção por patriotismo...

— De resto é um negocio de joias, de arte, de progresso, que deve ser feito, n’um mundo superior, entre amigos...

E do outro lado o terrivel Ephraim, passando a mão curta e gorda sobre a sua bella barba, mais frisada e negra que a d’um Rei Assyrio, affiançava o triumpho da empreza pelas grossas forças que n’ella entravam, os Nagayers, os Bolsans, os Saccart...

Jacintho franzia o nariz, enervado:

— Mas, ao menos, estão feitos os estudos? Já se provou que ha esmeraldas?.