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A cidade e as serras

Tanta ingenuidade exasperou Ephraim:

— Esmeraldas! Está claro que ha esmeraldas!... Ha sempre esmeraldas desde que haja accionistas!

E eu admirava a grandeza d’aquella maxima — quando appareceu, esbaforido, desdobrando o lenço muito perfumado, um dos familiares do 202, Todelle (Antonio de Todelle), moço já calvo, d’infinitas prendas, que conduzia Cotillons, imitava cantores de Café Concerto, temperava saladas raras, conhecia todos os enredos de Paris.

— Já veio?... Já cá está o Gran-Duque?

Não, S. Alteza ainda não chegára. E Madame de Todelle?

— Não poude... No sophá... Esfolou uma perna.

— Oh!

— Quasi nada... Cahiu do velocipede!

Jacintho, logo interessado:

— Ah! Madame de Todelle anda já de velocipede?

— Aprende. Nem tem velocipede!... Agora, na quaresma, é que se applicou mais, no velocipede do padre Ernesto, do cura de S. José! Mas hontem, no Bosque, zás, terra!... Perna esfolada. Aqui.

E na sua propria côxa, com a unha, vivamente, desenhou o esfolão. Ephraim, brutal e