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Página:A escrava Isaura (1875).djvu/156

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Dizendo isto, Isaura estava palida, fallava com precipitação, os labios descorados lhe tremião, e as palavras proferidas com voz convulsa e estridente, parecia que lhe erão arrancadas a custo do coração. Era o resultado do extremo esforço que fazia, para levar a effeito tão penivel resolução. O pai olhava para ella com assombro e consternação.

— Que estás a dizer, minha filha! — replicou-lhe elle — estás tão palida e alterada!.. parece-me que tens febre... soffres alguma cousa?

— Nada soffro, meo pae; não se inquiete pela minha saúde. O que eu estou lhe dizendo é que é absolutamente necessario, que meo pae vá procurar esse moço e confessar-lhe tudo...

— Isso nunca!.. estás louca, menina?.. queres que eu te veja encerrada em uma cadeia, conduzida em ferros para a tua provincia, entregue a teo senhor, e por fim ver-te morrer entre tormentos nas garras daquelle monstro! oh! Isaura, por quem és, não me falles mais nisso. Emquanto o sangue me girar nestas veias, emquanto me restar o mais pequenino recurso, hei-de lançar mão delle para te salvar....

— Salvar-me por meio de uma indignidade, de uma infamia, meo pae!.. retorquio a moça com exaltação. — Como posso eu, sem commetter a mais vil deslealdade, apparecer apresentada por elle como uma senhora livre em uma sala de