Saltar para o conteúdo

Página:A escrava Isaura (1875).djvu/236

Wikisource, a biblioteca livre

226

— Aqui estou, senhor! — forão as unicas palavras que pronunciou apresentando-se de braços cruzados diante de seo senhor.

— Eil-os ahi; são estes! — exclamou Leoncio indicando aos guardas Isaura e Miguel. Prendão-os!.. prendão-os!....

— Vae-te, Isaura, vae-te. — murmurou Alvaro com voz trémula e sumida, achegando-se da captiva. — Não desanimes; eu não te abandonarei. Confia em Deos e em meo amor.

. . . . . . . . . . . . . . . . .

Uma hora depois Alvaro recebia em casa a visita de Martinho. Vinha este mui ancho e lampeiro dar conta de sua commissão, e sofrego por embolsar a somma convencionada.

— Dez contos!.. oh! — vinha elle pensando. — E’ uma fortuna! agora sim, posso eu viver independente!... Adeos, surrados bancos de Academia!. adeos, livros sebosos, que tanto tempo andei folheando á toa!... vou atirar-vos pela janella a fóra; não preciso mais de vós; meo futuro está feito. Em breve serei capitalista, banqueiro, commendador, barão, e verão para quanto presto!...

E á força de multiplicar calculos de usura e agiotagem, já Martinho havia centuplicado aquella somma em sua imaginação.

— Meo caro senhor Alvaro, — veio logo dizendo sem mais preambulos, — está tudo arranjado á