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Página:A escrava Isaura (1875).djvu/42

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A ESCRAVA ISAURA

levando-o para o interior da casa; — vamos cá para dentro. Henrique, espera ahi um momento, emquanto eu vou mandar preparar-nos o café.

Só depois da chegada de Malvina Isaura deo pela presença dos dous mancebos, que a certa distancia a contemplavão cochichando a respeito della. Tambem pouco ouvio ella e nada comprehendeo do rapido dialogo, que tivera lugar entre Malvina e seo marido. Apenas estes se retirárão, ella tambem se levantou e ia sahir, mas Henrique, que ficara só, a deteve com um gesto.

— Que me quer, senhor? — disse ella baixando os olhos com humildade.

— Espera ahi, menina; tenho alguma cousa a dizer-te, — replicou o moço, e sem dizer mais nada collocou-se diante della devorando-a com os olhos, e como estatico contemplando-lhe a maravilhosa belleza. Henrique sentia-se acanhado diante daquella nobre figura radiante de belleza, e de angelica serenidade. Por seo lado Isaura tambem olhava para o moço, atonita e tolhida, esperando em vão, que lhe dissesse o que queria. Por fim Henrique, affouto, e estouvado como era, lembrando-se que Isaura, a despeito de toda a sua formosura, não passava de uma escrava, entendeo que fazia um ridiculo papel, deixando-se ali ficar diante della em muda e estatica contemplação, e chegando-se a ella com todo o desembaraço e petulancia travou-lhe da mão, e.