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A ESCRAVIDÃO

I.
Lupanar de Catão.
VEJA-SE PAG. 83.

Plutarco refere que o velho Catão prohibia á seus escravos terem relações com mu muheres estranhas, mas que lhes permettia, mediante certa taxa, terem entrevistas com as escravas da sua propria casa; porém, não diz expresamente si o producto de tal taxa era para Catão, o que aliás é muito verosimil attenta á excessiva avareza d'este.

Demais, O, sabio Catão tinha costumes muito severos para estabelecer um lupanar em sua casa si d'elle não lhe proviesse vantagem alguma.

J.
Elogio de Turgot.
VEJA-SE PAG. 88.

Veja-se o meu Sermão sobre a falsa consciencia, impresso em Yverdun, 1173.

Os preconceitos sobre a escravidão dos negros estam ainda tão arraigados em certas partes da Europa que tem-se visto ministros, que se orgulhavam de humanidade e de virtude, acceitar a dedicatoria de obras em que traçava-se a apologia de tão barbaro costume. Ha até pessôas de tão bôa fé a este respeito, que um negociante entendeo poder propôr, ha alguns annos, a um ministro, respeitado na Europa por sua illustração e suas virtudes, baptisar com o seu nome um navio destinado ao trafico de africanos. Imagina-se qual a resposta do ministro.



Quando escrevi esta nóta, a morte não roubára ainda á França, á Europa, ao mundo inteiro, o unico homem de quem talvez se pódesse dizer que sua existencia era necessaria á humanidade. Abraçára, em toda a extensão de seu conjuncto, o systema das sciencias de que depende a felicidade humana ; déra por base á essas sciencias um pequeno numero de verdades simples, bebidas na natureza do homem e das cousas, suscepti-