Página:A fallencia.djvu/300

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como um bando de urubus. O sacristão procurado ajudava à missa, e não havia ninguém na sacristia que soubesse do padre Euclides. D. Joana deliberou esperar e empurrou a sobrinha para o corpo da igreja, dizendo:

— Rezemos por alma deste morto, filha.

— Mas nós nem o conhecemos, titia!

— Não faz mal; foi um pecador, precisamos salvá-lo.

Tia Joana ajoelhou-se e ergueu o rosto gordo e pálido para o altar. Era tal a fé, a doce piedade que a sua expressão difundia, que Ruth deixou-se cair de joelhos e pediu a Deus perdão para a alma daquele desconhecido, por quem tantas mulheres choravam...

Que Deus lhe desse abrigo e eternos gozos!

Enfim, o sacristão afirmou à senhora do Castelo, como muita gente a chamava, que o padre Euclides entrará em convalescença, e diria no domingo a sua missa.

— Bem, titia, chegou a minha vez de lhe pedir também uma coisa; disse Ruth.

— Peça, filhinha.

— Já que estamos tão perto, deixe-me ir tomar a bênção a papai. A estas horas ele está farto de estar no armazém.

D. Joana hesitou: