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Página:A saga de Apsû no Enūma eliš.pdf/5

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Nunt. Antiquus, Belo Horizonte, v. 16, n. 1, p. 221-270, 2020

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[5] Suas águas como um só misturaram,
E prado não enredavam,junco não aglomeravam.

Quando dos deusesnão surgira algum,
Por nomes não se chamavam,destinos não decretavam,

Engendraram-se deuses em seu interior:
[10] Láhmu e Láhamu surgiram,por nomes chamados.

Enquanto cresciam, avultavam-se,
Ánshar e Kishar foram engendrados,sobre eles se avantajavam.

Alongaram-se os dias,somaram-se os anos,
Ánu foi deles primogênito,igual a seus pais,

[15] Ánshar em Ánu,seu rebento, refletia-se,
E Ánu, tal seu reflexo, procriou Nudimmud.

Nudímmud, a seus pais,era quem dominava, ele,
De todo agudo, sagaz,em força robusto,

Vigorosíssimo, maisque o procriador de seu pai, Ánshar,
[20] Não tinha igual entre os deuses, seus irmãos.

E associaram-se então os irmãos, os deuses,
Perturbaram e seu alarido irradiava-se.

E disturbaram de Tiámat as entranhas,
Com algazarra durano interior do Anduruna.

[25] Não reduzia Apsu o seu bramido
E Tiámat emudecia em face deles.

Acerba sim sua ação diante dela:
Não sendo boa sua conduta, a eles resguardava.

Então Apsu,gerador dos grandes deuses,
[30] Conclamou Múmmu,seu intendente, e disse-lhe:

Múmmu, intendente,bom para meu ânimo,
Vem! junto de Tiámat vamos!