Cinco anos decorreram depois dos tristes acontecimentos que acabamos de narrar.
Estamos na Praça do Comércio.
Naquele tempo não havia, como hoje, corretores e zangões, atravessadores, agiotas, vendedores de dividendos, roedores de cordas, emitidores de ações; todos esses tipos modernos, importados do estrangeiro e aperfeiçoados pelo talento natural.
Em compensação, porém, ali se faziam todas as transações avultadas; aí se tratavam todos os negócios importantes com uma lisura e uma boa-fé que se tornou proverbial à praça do Rio de Janeiro.
Eram três horas da tarde.
A praça ia fechar-se; os negócios do dia estavam concluídos; e dentro das colunas que formam a entrada do edifício, poucas pessoas ainda restavam.
Entre estas notava-se um negociante, que passeava lentamente ao comprido do saguão, e que por momentos chegava-se à calçada e lançava um olhar pela rua Direita.
Era um moço que teria quando muito trinta anos, de