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Os caixeiros do Wallerstein desdobraram sobre o balcão todas as suas mais ricas e mais delicadas novidades, todas as invenções do luxo parisiense, verdadeiro demônio tentador das mulheres.

A cada um desses objetos de gosto, a cada uma das mimosas fantasias da moda, ela sorria com desdém e nem sequer as tocava com a sua alva mãozinha, delicada como a de uma menina.

As fascinações do luxo, as bonitas palavras dos caixeiros e as instâncias de sua mãe, tudo foi baldado. Ela recusou tudo e contentou-se com um simples vestido preto e algumas rendas da mesma cor, como se estivesse de luto, ou se preparasse para as festas da Semana Santa.

— Assim, depois de cinco anos, disse-lhe sua mãe em voz baixa, persistes em conservar este luto constante.

A Viuvinha sorriu.

— Não é luto, minha mãe: é gosto. Tenho paixão por esta cor; parece-me que ela veste melhor que as outras.

— Não digas isto, Carolina; pois o azul desta seda não te assenta perfeitamente?

— Já gostei do azul; hoje o aborreço! É uma cor sem significação, uma cor morta.

— E o preto?

— Oh! O preto é alegre!

— Alegre! exclamou um caixeiro, admirado dessa opinião original em matéria de cor.

— Eu pelo menos o acho, replicou a moça, tomando de repente um ar sério: é a cor que me sorri.

Esta conversa durou ainda alguns minutos.

Poucos instantes depois, as duas senhoras saíram e o carro que as esperava à porta desapareceu no fim da rua.