Página:A voyage to Abyssinia (Salt).djvu/375

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Ao longo deste período, uma comunicação regular parece ter sido mantida entre a Abissínia e a Europa: e em 1445, Zara Jacob, então reinando, enviou um embaixador ao conselho de Florença e escreveu algumas cartas interessantes a seus sacerdotes em Jerusalém, que ainda podem ser lidas na Church History of Abyssinia de Geddes, (vide p. 27.)

Elas oferecem um assunto interessante para reflexão, ao traçar ocasionalmente o curso fortuito de eventos, através do qual as mudanças mais importantes nos assuntos do mundo foram trazidas. Não pode, portanto, ser estranho ao objeto que tenho em vista, observar que, devido à ligeira conexão mantida pela Igreja Abissínia com a Europa, talvez tenhamos a certeza de que nosso conhecimento sobre a India e a descoberta da passagem através do Cabo da Boa Esperança; foi conseqüência dos relatos lisonjeiros que os sacerdotes abissínios entregaram em Jerusalém com relação aos Impérios do Oriente e de seu comércio com o sul. Que a atenção dos estudiosos foi primeiro animada com o assunto, e que os príncipes de Portugal foram induzidos, subsequentemente, a enviar seus emissários para o leste. Para um desses agentes, chamado Peter Covilham, somos gratos pela renovação de uma relação mais prolongada com a Abissínia; como em 1490, ele conseguiu chegar à corte de Negush, naquela época em Shoa: e pouco depois, devido à sua representação, a rainha-mãe reinante, ou Iteghé, foi induzida a mandar Mateus, um armênio, como seu embaixador para Portugal, com o propósito de abrir uma comunicação direta com esse país. [1]

A chegada desta missão produziu uma forte impressão na Europa com relação à Abissínia; e por sua vez uma embaixada foi enviada de volta com Mateus, consistida por vários senhores portugueses de diferentes profissões, os quais, depois de muitas dificuldades imprevistas e atrasos consideráveis, chegaram em segurança, em 1520, em Massowa.

  1. Um relato desta embaixada é dado em Legatio Magni Indorum presb: Joan: ad Emanuel Lusitaniæ, Anno, 1513, de Damiana Goez, (Antuérpia, 1552) que parece ser muito bem elaborado, embora a sua informação esteja longe de ser correta.