sol de setembro enchia de fogo toda aquella variegada e ruidosa confusão de côres e vozes, que, á força de disparatadas, chegavam a dar um conjuncto harmonico.
Izabella, n’uma alegria de excitação lembrou, logo que chegaram ás barracas, comprar alguma coisa que podesse trazer sempre a recordar aquelle bello espectaculo.
Mas, por mais que procurassem entre as bugigangas empoeiradas, não viam coisa que lhes désse uma idéa local.
Depois de muitas e muitas pesquizas, lembrou Bella a uma mulhersinha, que por força lhe queria vender alguma coisa:
— «Mas vocemecê não tem nada que dê felicidade, que livre de feitiços e maus olhados?
— «Isso tenho, mas é uma coisa tão somenos...
— «Deixe lá vêr, avie-se — acudiu João, um quasi nada impacientado com aquella demora sob o sol, na passagem contínua dos feirantes.
— «Eu mostro, mas os senhores não hão de querer...
A custo, como que envergonhada da pobreza da mercadoria, apresentou na tampa d’uma caixa uns anneis de ferro toscamente gravados com um X ao meio.
— «Deixe cá vêr, é isto mesmo, tem até muita graça! — E, descalçando a luva da mão direita, tirou os anneis preciosos, cujo brilho deixou a vendedora estarrecida, para enfiar o pobre e primitivo aro de ferro de que a mulhersinha affirmava as grandes virtudes para afugentar feiteiceiras e maus olhados...