Página:Ambições (Ana de Castro Osório, 1903).pdf/41

Wikisource, a biblioteca livre

III


«Porquê? — perguntára o Emygdio. Porque razão os despresava a Pillar, ella que os tinha amado tão ardentemente, que fundira a amizade pela prima e o amôr pelo noivo em tão intima communhão, que não sabia bem como destrinçar qual occupava maior e melhor logar em sua alma?!...

Presentia que os seus sonhos de grandeza desabavam, que toda a sua ambição de subir baqueava ante aquelle estupido amôr que o enlouquecêra. Amar a Candida — que loucura!... Como fôra que isso se lhe mettêra em cabeça? Como se deixára vencer pelo capricho d’uma rapariga leviana, enlear ingenuamente n’uma intriga perigosa, quando se julgava superior a bagatellas de sentimento?!...

— «Oh que estupido — que estupido e que fraco! — dizia a meia voz, levando os punhos á fronte na ansia de arrancar do cerebro aquella ideia mortificante.

Dava-se uma situação d’estas quando já se via formado, quando apenas esperava que a noiva