— «Ah! Cuidei que nos esquecia...
— «Não, eu vinha aqui á pharmacia para o sr. Domingos me fazer duas hostias de antipyrina?
— «Anti, anti, quê?!... — abria a bocca e os olhos de espanto, o boticario.
— «Antipyrina. Não tem cá? É remedio para a dôr de cabeça; não tem, não conhece? — volveu João impacientado.
— «Talvez tenha, talvez. Mas é que esses remedios estrambolicos, quem os arranja é o sr. dr. Ramalho. Como elle é que os receita!... Eu cá não me criei com esses venenos.
— «São venenos, são, mas a gente já se não sabe curar com outra coisa e então é melhor o sr. Domingos arranjar um praticante.
— «Tem razão, já pensámos n’isso, por isso é que o meu Dóminguinhos anda nos estudios.
— «Ai, é tão esperto! — acudiu a sr.ᵃ Joaquina — fez inzâme oitro dia.
— «Ficou bem? — perguntou João por delicadeza, sem nenhum interesse.
O velho respondeu logo:
— «Olhe que não sei, menino João. Elle mandou-me dizer que sim, mas cá o mê Antoino disse me logo «mê pae não infinte em estudantes, olhe que são todos, com perdão de Vossa Senhoria, uns tratantes!» E vae eu escrevi ao meu cômrrespondente e disse-lhe assim: «eu, Domingos José da Silva, phramaceutico matriculado no largo da Fonte, quero saber se meu filho Domingos José da Silva Juniór fez os inzâmes que disse e se ficou approvado ou reprovado.» E o cômrrespondente mandou dizer «que o estudo