Niani, pobre vima,
Viuva sem bem o ser,
Tanta lagryma chorada
Ja te não póde valer.
Olhos que amor desmaiára
De um desmaiar que é viver,
O chôro empana-os agora,
Como que vão fenecer.
Corpo que fôra robusto
No seu cavallo a correr,
De contínua dor quebrado
Mal se póde ja suster.
Collar de prata não usa,
Como usava de trazer;
Pulseiras de finas contas
Todas as veiu a romper.[1]
Que ella, se nada ha mudado
Daquelle eterno viver,
Com que a natureza sabe
Renascer, permanecer,
- ↑ Taes eram os adornos das mulheres guaycurús. (Veja Prado, Casal e D′Azara).