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De consoladas maguas. Vida é tudo,
E pompa e graça natural da terra,
                Mas que não seja no êrmo,
Onde seus olhos rutilos espraia
Livres a aurora, sem tocar vestigios
De obras caducas do homem, onde as aguas
Do rio bebe a fugitiva corça,
Vivo aroma nos ares se diffunde,
E aves, e aves de infinitas côres
Voando vão e revoando tornam,
Inda senhoras da amplidão que é sua,
Donde as hade fugir o homem um dia
Quando a agreste soidão entrar o passo
Creador que derruba. Ja de todo
Nado era o sol; e á viva luz que innunda
Estes meus pátrios morros e estas praias,
                Sorrindo a terra moça
Noiva parece que o virgineo seio
Entrega ao beijo nupcial do amado.
Eliade os funebres veus lançar a morte
Na verdura do campo? A natureza
A nota vibrará da extrema angústia
Neste festivo cantico de graças
Ao sol que nasce, ao Creador que o envia,
Como renovação de juventude?