Página:Ao correr da pena.djvu/246

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Não estamos agora para investigar este ponto; mas, se os defensores do regimento desejam muito, estamos prontos a tentar com eles uma pesquisa, que talvez se torne interessante. A exemplo de Xavier de Maistre, de A. Karr e de Garrett, escreveremos a nossa viagem Autour du Palais de Justice.

Esta obra há de ser um monumento de glória para muita gente, um livro precioso, digno de ser estudado pelos pretendentes, profissão esta que ainda não tem um roteiro certo pelo qual se guiem aqueles que a seguem!

Mas, por falar nisto, ia-me esquecendo dizer o quanto me tem incomodado ver a causa do Sr. Ministro da Justiça - uma tão bela causa - comprometida sem dó por um dos P.P. do ministério, pelo P. do Jornal do Comércio.

Depois de ter falado (a propósito de custas) em fivelas de calção, em oráculos de Tênis e esfinges do Egito, nas histórias da vovó, nos iconoclastas, no Ministro Roland, e na abóbada celeste, acabou por chamar a justiça barata!

E então! Que me diz a isto o Sr. Ministro da Justiça? Vê como se desrespeita a S. Ex.ª, como se ridiculariza uma instituição de tanta gravidade sobre a nossa magistratura, e sobre todos os empregados dessa repartição?

Se a justiça é barata, segundo diz o P. do Jornal do Comércio, a conseqüência é fácil de tirar; razão por que o autor da lembrança tem o cuidado de declarar que é inteiramente alheio a essas coisas judiciárias e forenses.

Mais um título, por conseguinte, para bem tratar de questões desta natureza!

Quanto aos negócios das custas, já não tenho nada que dizer em semelhante discussão, visto que os defensores do regimento estão fazendo sabatina e destruindo mutuamente as objeções e argumentos que cada um apresenta.

O P. do Jornal do Comércio elogia as custas, a ciência de vovô, a razão dos séculos passados, as coisas velhas e carunchosas; o P. do Correio Mercantil aceita a idéia civilizadora da revogadora das custas, e condena o sistema emolumentário como usança obsoleta dos nossos antepassados. Um