para fazer pirraça, some-se no labirinto de uma carteira ou nas profundezas de um desses bolsos à maneira, de vastas dimensões!
Quando vi pela primeira vez enfileirados pelos recostos das cadeiras aqueles batalhões de números brancos, que sem licença e com a maior sem-cerimônia do mundo se iam retratando a daguerreótipo nas costas das nossas pobres casacas, julguei que aquilo seria uma medida policial, por meio da qual os agentes ocultos poderiam seguir fora do teatro algum indiciado ou suspeito de importância, que fosse reconhecido no salão. Mas nunca pensei que, quisessem ainda numerarem os bancos as casacas dos dilettanti , quisessem ainda numerar-lhes os assentos, e obrigar um homem a comprar por dois mil réis o direito de estar preso numa cadeira e adstrito a um número como um servo da gleba.
Também o que nos faltava era justamente uma nova questão de bancos, embora de espécie diferente, porque a outra, a das sociedades comanditárias, já vai ficando velha e está quase a ir fazer companhia à do Oriente, à dos seiscentos contos e outras, que provavelmente hão de reaparecer daqui a algum tempo, como está sucedendo na Câmara dos Deputados com a das presas da independência.
O crédito proposto pelo Ministério da Marinha tem sido combatido por falta de uma liquidação regular; mas tudo induz a crer que desta vez o negócio ficará decidido. E depois disto, neguem-me que o Brasil seja um gigante! Uma criancinha que só aos trinta anos lhe começam a sair as primeiras presas! A falar a verdade, já era mais que tempo de soltarem-se estas malditas presas, por causa das quais andam presas tantas algibeiras.
Falemos sério. - A independência de um povo é a primeira página de sua história; é um fato sagrado, uma recordação que se deve conservar pura e sem mancha, porque é ela que nutre esse alto sentimento de nacionalidade, que faz o país grande e o povo nobre.Cumpre não marear essas reminiscências de glória com exprobrações pouco generosas. Cumpre não falar a linguagem do cálculo e do dinheiro, quando só