Página:Apoteosis poetica.pdf/13

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Mas que lugar gloriofo Vos eſpera
A par de taes Maiores,
Inclyto Heroe, na ſcintilante esfera?
Eu vejo o Buſto, que entre reſplandores
As Virtudes, e as Muſas vos levantão
Ao ſom dos hymnnos, que alternadas cantão.

Luiz, Luiz a abobada celeſte
Por toda a parte ſoa;
E tu, ó Clio, tu que lhe tecefte
Co’a propria mão a nitida coroa,
A voz levantas, entornando as Graças
O nectar generoſo em aureas taças.

Delicia dos humanos, clara fonte
De Juſtiça, e Piedade,
Não ſentirás do pállido Acheronte
Ferreo ſomno, nem denſa eſcuridade.
Cantou a Muſa: a Inveja ſe devora,
E o Tempo quebra a fouce cortadora.

Então, d’entre ſegredos tenebroſos
Erguendo o braço auguſto,
Que vio naſcer os Orbes luminoſos,
Dá vida a Eternidade ao novo Buſto.
Hum chuveiro de luz ſobre elle deſce,
E nova Eſtrella aos homens apparece.