Página:As Minas de Prata (Volume II).djvu/177

Wikisource, a biblioteca livre

— Quereis fazer a mercê de abrir?

— Esperai com Deus, Irmão Batista. A impaciência é um pecado; e já agora fareis penitência dele.

— Irmão Bernardo, Irmão Bernardo! retrucou Batista: tendes muitas palavras para leigo, e pouca diligência para um porteiro. Queira Deus que a Senhora D. Luísa não faça disto sabedor o Reverendo P. Figueira, que certo o levará ao P. Provincial.

O argumento calou no ânimo do leigo, que resolveu enfim alumiar a candeia.

— Hum! Hum! hum!... Mas, enfim, dizei duma feita a que vindes.

— Venho procurar o Reverendo P. Figueira da parte da dona.

— E que tamanha estreita é esta? Já se acha ela in extremis?

A portada abriu-se; o escudeiro como quem era conhecedor da casa barafustou pela escadaria em direção aos dormitórios.

O P. Molina chegava à porta da cela para inquirir de Batista o motivo de tão pressuroso chamado que enviava D. Luísa ao seu confessor, quando encontrou-se face a face com o P. Inácio do Louriçal.