Página:As Minas de Prata (Volume II).djvu/182

Wikisource, a biblioteca livre

sua culpa, Manuel Batista. De caminho rezará em voz alta três credos; é a penitência que lhe dou. Para outra vez a terá anoveada.

Encontrando o visitador, o P. Figueira tomou-o de parte para comunicar-lhe o motivo de sua diligência. Pouco se demorou; logo descendo a larga escadaria de pedra, transpôs o limiar e cortou a passo miúdo, mas rápido, na direção dos beneditinos.

Seguia-o de perto o Manuel Batista, o qual em cumprimento da penitência, declamava no tom da verdadeira compunção o Creio em Deus Padre.

O sol já vinha despontando; seus primeiros raios douravam os cimos das verdes colinas grupadas em pedestal à cidade, e iam carminar as orlas das brancas nuvens esgarçadas pelo azul do céu.

O pirajá que durante a noite se desfizera sobre a cidade, umedecera o arvoredo, que ainda nesse tempo entrava pelo recente povoado, recortando as ruas e praças e dando à cidade uma feição campestre de amena singeleza. As aves silvestres atitavam na ponta dos telhados cobertos de parasitas; o gado mugindo alegremente retouçava à beira do caminho.

Era uma fresca manhã das que vigoram o corpo