Página:As Minas de Prata (Volume II).djvu/51

Wikisource, a biblioteca livre

o misterioso juramento? Talvez; um quer que seja serenara o soçobro de sua alma.

O combate começara; rotos os piques sem vitória decisiva de parte a parte, os cavaleiros desembainharam as espadas, e atacaram-se de novo.

D. José tinha cumprido sua palavra; desde o princípio do combate procurava por todos os meios fazer do jogo um duelo; porém a sua arma encontrava sempre a arma de Estácio, que defendia-se com o maior sangue-frio, resolvido a não tomar a ofensiva, nem derramar uma gota do sangue que para ele era sagrado, porque era o de Inesita.

O moço alferes, a pouco e pouco se ia enraivecendo com aquela resistência fria e invencível, que não esperava encontrar em um estudante; ignorava que as lições de Álvaro de Carvalho tinham criado um discípulo, digno do mestre na perícia, superior pela robustez do braço e pela calma inalterável do espírito.

O despeito o tomou a ponto que perdeu a prudência; precipitou-se sobre o contendor com tal sanha, que a multidão, surpresa da animosidade, excitada mais por estímulo de vingança que por brios de cavaleiros, fitou pasma esperando a peripécia do combate.