Página:As Minas de Prata (Volume III).djvu/111

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mim, tudo que for necessário à vida, mulheres, pecúnia, boa pitança, tudo é despojo de guerra!

O mercador encolheu-se; os dois outros companheiros deram sua aprovação tácita à teoria conquistadora do cavalheiro.

— Decidido pois estava a oferecer combate leal ao amigo, quando chegamos a um pouso, onde devíamos falhar um dia para repousar. Maldita lembrança foi essa! Voltando à noite de uma caçada, retardados pela borrasca, que havíamos de achar?...

— Um bando de selvagens! disse o colono.

— Pior foi a desgraça. Um raio partira o pícaro do Fernão!...

— Um raio!...

— Desconfiei da história e vou-me a ele! Já estava morto e bem morto. Nas algibeiras, nada. Pero, a tal cruz estava atirada ao chão em pedaços!... Sangre de Cristo! Era oco o pau. O papel ali estava escondido.

— Ah!... fez o gajeiro! Era essa a devoção do marreco.

— Mas o papel que sumiço levou? perguntou o rapaz.

— Tinha-o levado um frade que confessara o tal.