Página:As Minas de Prata (Volume III).djvu/195

Wikisource, a biblioteca livre

Tartamudeando estas palavras, Tiburcino sob a influência do olhar de Joaninha e do gesto imperativo que lhe mostrava o caminho, arrastou os passos vacilantes, volvendo o rosto a cada instante e cruzando ao peito as mãos súplices; afinal desapareceu entre os arbustos, e por muito tempo ouviu-se ressoar o chão com o eco de sua passada. Quando a mulatinha reconheceu que já ia longe, abriu a porta da varanda ao pajem e achou-o adormecido sobre a rede.

Sobressaltou-se e teve uma ideia que a fez sorrir; por duas ou três vezes aproximou seu rosto do pajem, talvez para examinar se realmente dormia; mas ao chegar perto, levantava rapidamente a cabeça com um susto, que a fazia de mil cores. O que isso vinha a ser, não sei eu; mas a verdade era que os lábios que desciam apinhados em botão de rosa, na volta se desfolhavam em desconsolado riso; perdiam a cor e a graça. A graciosa pantomima durara, se num dos movimentos ela não embalançara a rede, o que despertou o pajem.

Gil saltou sobre os pés, esfregando os olhos:

— Que vergonha!... Dormir com o sol nestas alturas! exclamou Joaninha meio alegre, meio sentida.