— Para que nenhum se julgue mais com direito sobre mim, quero desde hoje pertencer-lhe, D. Vilarzito.
— Que pretende você, Dulcita?
— Espere!
Ela correu direito à varanda onde estavam reunidos seu pai, sua mãe e a servente. Entrou dançando, piruetou na sala com uma graça inimitável, e foi cobrir de carícias o rosto crestado do bom campônio.
— Pai, eu tenho quinze anos!
— Hás de fazê-los pelo Natal, filha, respondeu o campônio.
— Não importa, acudiu a menina, eu tenho quinze anos; preciso de um marido.
— Meu bento Jesus! exclamou a mãe. A menina perdeu o juízo!...
— Perdeu a mãe o seu quando casou com o pai? retrucou vivamente a chiquita.
— Bem respondido! disse o campônio abraçando a filha com ternura.
— Você mesmo é que a tem posto a perder! resmungou a velha.
— Então, continuou Ramon com bondade, queres um maridinho, Dulce?