Página:As Minas de Prata (Volume IV).djvu/146

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na cabeça que ando eu namorada deste ou daquele?

— Não no vi eu a outra noite, e inda agorinha na igreja, com estes olhos que a terra há de comer?...

A mulatinha bateu o pé zangada.

— Mando-lhe eu, sô carniceiro, que não suporto que me andem espreitando! Ouviu? E saiba mais, que em chegando o meu dia de querer a alguém, não será você nem todos os magarefes juntos do mundo inteiro, que me privem do que for muito de meu gosto e vontade!...

Proferindo estas palavras, as narinas rosadas da mulatinha insuflaram-se, e ao sopro ardente o magarefe dessorava estremecendo, como um tronco de jatobá ao sol que o abrasa.

— E não se ponha você com partes; pois bem pode ser que lhe saiam as coisas ao avesso sucedendo isso mais depressa do que devera!...

— Para que estais aí com coisas, Joaninha? rosnou o carniceiro. Se já lhe rendestes o coração.

— Pois o quereis, assim o tendes. Quero-lhe, ao Sr. Estácio!... Estais ouvindo?... E agora tomara eu ver que tenhais o atrevimento de pensar em lhe fazer mal.

Joaninha deixou