— Esse juramento de D. Fernando ainda podereis obtê-lo, Estácio.
— Agora, tolhido da minha liberdade, e sepultado nalguma masmorra?... Nada mais espero, mestre, senão morrer breve nesta terra onde ela vive, misturando os soluços da agonia aos murmúrios das ondas que gemiam quando da primeira vez a vi, exalando meu último suspiro no seio da brisa para que me ela respire em sua alma, de envolta com o ar. Essa morte, prefiro-a eu à vida e liberdade que me ofereciam pouco há, mas longe daqui, longe dela, nos sertões dalém.
O moço ia contar o que passara entre ele e o governador quando apresentou-se o capitão da guarda com a ordem de prisão na cinta. Vaz Caminha teve tempo de lançar ao ouvido de Estácio estas breves palavras:
— Não desespereis!... Até amanhã talvez!...
No começo apenas da luta que ia travar com seu destino adverso, quando ainda não tinha nem as forças provadas, nem o hábito do sucesso que gera a confiança e o arrojo invencível, Estácio ficou nos primeiros momentos acabrunhado sob o peso da fatalidade que pesava sobre ele. Repassando os acontecimentos do dia, refletia nas vicissitudes que sofrera