Página:As Minas de Prata (Volume IV).djvu/190

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o vira assim avançando lentamente havia de conjeturar que ia a alguma visita de pêsames, tal era o ar pesaroso e compungido que tinha sob a garnacha rapada.

No dia da prisão de Estácio e depois que o levaram ao Castelo do Mar, o advogado ficara ainda em palácio, esperando modestamente que chegasse a sua vez de ser admitido à presença do governador para requerer-lhe em prol da soltura de seu afilhado. Nisso entrou impetuosamente pelos paços D. Francisco de Aguilar, acompanhado do filho e do futuro genro. Os fidalgos foram logo introduzidos, como pessoas das mais qualificadas da terra.

O advogado suspeitou do motivo que os trouxera, mas não acertou com o fim a que vinham. Pensava ele que sabedores da prisão do moço, vinham para lhes fazer ainda maior carga, e piorar a sua condição; a verdade era outra. Revoltados os seus brios com o procedimento do frade bento, D. Francisco, apenas lhe referiu Fernando o acontecido, correu a palácio para arredar de si e dos seus a mínima solidariedade naquele ato; e ao mesmo tempo pedir ao governador com instância a soltura do moço. O