Página:As Minas de Prata (Volume IV).djvu/195

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de sua mocidade; mas para o advogado era a concentração de uma existência inteira de sentimento, a transfusão de sua alma.

— Acabastes afinal, sr. alcaide? perguntou com serenidade o advogado.

— Se acabei!... Um dia inteiro não bastará para tudo quanto vos teria que dizer sobre este assunto. Conseguistes vosso intento; arredastes de mim o rapaz, primeiro para clausurá-lo num ninho de frades, depois para trancafiá-lo na cadeia! Tirai-o agora de lá!

— A esse respeito vim eu falar-vos!

— Ah! já careceis de mim?... Já o soldado velho presta para alguma coisa?... Aviai-vos como puderdes!... Eu não me meto nisso!...

— Mas escutai!...

— Não! não! não!... Trinta mil vezes não!... vociferou o velho com uma voz de bombarda.

— Quem vos diz o contrário? acudiu o advogado com o tom macio. Por dizer que vos vinha falar, não penseis que é para soltar o menino! De modo algum! Se eu estou com o senhor governador que ele precisa de uma lição boa!...

— Heim?... Que estais aí rosnando?... Lição por quê?