Página:As Minas de Prata (Volume IV).djvu/21

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na cabeça; pois em toda esta cidade do Salvador e sua redondeza, ninguém tal dissera!

— Mestre Brás, se me conheceis, não ignorais sem dúvida o amigo que eu sou de D. José, para quem não guarda ele segredos. Eu sei que tendes aqui nos fundos de vossa casa uma câmera onde se dão jogos muitas noites!...

— Ai, Céus!... Quem está livre de um falso testemunho!

— E agora lembro mais, por mo dizer uma vez que emprazou-me para acompanhá-lo, que a comunicação se faz por um armário.

— Falai mais baixo por quem sois, senhor cavalheiro! Vejo agora que estais no segredo, que é mais dos vossos amigos, que meu; e só pelo respeito deles é que vos encobria. Portanto me perdoareis, porque outro tanto faria pelo vosso respeito.

— Perdoar-vos-ei, se me guiardes sem mais demora; do contrário amargareis o que já me fizestes esperar.

— Segui este corredor aí à esquerda, que lá no fundo, último cubículo, me achareis.

O cavalheiro executou a recomendação e chegou à casa do jogo pelo mesmo caminho do alferes.