Página:As Minas de Prata (Volume IV).djvu/224

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ferir um velho inerme, o nome que traz do matador de seu pai?

— Que queres tu de mim, Satanás? Ordena, já que me tens em tuas garras!

O velho teve dó desse desespero:

— Perdoai-me, senhor, a grande dor que vos fiz passar. Deus me é testemunha, que se não fosse a vossa cruel zombaria, nunca teria a coragem de apelar para o terrível segredo, devesse eu tragar as lágrimas que a vossa recusa me arrancaria. Mas sepultemos isso no passado donde não devia surgir nunca; esquecei este mau sonho. Nada pois vos ordeno, nem tenho esse direito; sim renovo a minha súplica: renunciai ao casamento...

— Dou-vos minha palavra!...

— Deus vos recompensará deste sacrifício. Mas aquele a quem vossa palavra deve restituir a esperança perdida, não a pode ouvir de vossa boca nem da minha... Sabeis que há coisas tão melindrosas que não se transmitem sem alterar-lhes a essência. Fazei a graça completa dando-me vossa palavra escrita!

— Para que ele suspeite do mistério horrível que me fez vosso escravo?... murmurou o fidalgo amargamente.