Página:As Minas de Prata (Volume IV).djvu/261

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Seus dois companheiros, Hugo Antônio e Dick, eram vizinhos de cárcere; as masmorras de ambos formavam com a de Staed três partes de um quadrado; a mina partindo do canto desta, cortava em diagonal o chão daquelas, e devia portanto atravessar o alicerce da muralha de divisão. Quando trabalhava o marujo para aluir esse alicerce, os seus compatriotas ouviram o surdo rumor da escavação, e acompanhando o eco do trabalho subterrâneo, pressentiram o que era passado.

Cobraram esperança. Cada um de seu lado resolveu ir ao encontro do companheiro, e meteu logo mãos à obra. Ao cabo de muitos e longos dias, as três minas se tocavam no ponto de interseção, como três raios.

Foi uma véspera de liberdade o dia em que se abraçaram os três infelizes; e contudo o do livramento ainda estava bem longe. Depois das primeiras expansões, cada um comunicou à associação seu pecúlio de força e ideia; a obra prosseguia com vigor e celeridade.

Chegaram afinal à muralha exterior, e aluída essa, quando já viam brilhar a luz do céu aos seus olhos cansados da estreiteza de uma masmorra