da ceia. O alferes era pouco dado a essa casta de prodigalidade; seu dinheiro todo era pouco para o imenso sorvedouro do jogo. Mas afinal de contas um dia não são dias; e nada mais natural do que um fidalgo rico divertir-se em companhia de seus amigos.
— Pois lá me tereis em sendo noite, D. José! respondeu o ajudante ao convite.
— Iremos juntos, visto que o batel em que vim já o despachei, retorquiu sorrindo o alferes, e estou não me quereis pôr a nado para a terra.
— Bofé que não; sobretudo hoje que tanto careceis de forças e calor!
— Descansai, maganão, que muito vos deixarei ainda para fazer!...
— Em que vamos nós passar este resto de tarde? perguntou o ajudante. Praz-vos uma partida de tábulas?
— O jogo sempre me praz, ou de tábulas, ou de cartas, ou de dados; é a minha paixão! Não conheço outra!
— Andai lá! E a vossa judia da Rua da Palma?
— Passatempo, e nada mais!
Os dois amigos recolheram ao camarim do ajudante e começaram