— É para hoje... para esta noite... Não tarda mais nem um instante.
— Mas o que, labrego dos seiscentos demônios? Desembrulha esta língua duma feita!
— O quê... O que havia de ser mais senão o por que piançais! Pois ainda não vos bateu a titela? Ora, se bateu! Aí estais já vos espojando e lambendo como boi solto!
— Vistes hoje Samuel?
— Se vi!... Pois ele foi que mandou-me a dizer-vos que estejais pronto ao primeiro sinal... como quem diz, ao frigir dos ovos.
— Prontos já cansamos de o estar.
— Ora descansareis.
— Que sinal é esse de que falas tu, casmurro?
— Sim!... Esta noite, em pendendo lá para as dez, há de vir por aqui um certo sujeitinho, que o velho lá sabe. Entonces o dito cujo fará arte de embetesgar por este corredor, e passando rente cá com a pessoinha do Beltrão, lhe resmungará o santo!... Entendeis agora?...
— E depois?... Acaba, sandeu!
— Depois?... Pernas para que te quero?... Sape!... Um depois do outro até o camarim do ajudante!