Página:As Minas de Prata (Volume IV).djvu/294

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suas roupas. Subindo a escada de pedra, dirigiu-se ao camarim, e com a chave que tirou do bolso abriu a porta. Em vez de entrar porém contentou-se com empurrá-la, e prosseguindo a marcha fez volta ao castelo, descendo afinal ao pavimento inferior.

Zeloso no cumprimento de seus deveres, embora fraldeiro, o ajudante não recolhia noite alguma sem passar ele próprio a ronda para assegurar-se de estar cada um em seu posto e alerta. O passo do desconhecido não causou pois o mínimo reparo, como coisa usual que era. A cada alabarda calada aos peitos, murmurava o santo com autoridade, e a arma abaixava respeitosa para deixá-lo passar. No corredor que dividia os cárceres, a espada do oficial arrastou no chão, e ao som produzido escorregou uma sombra da parede.

— És tu, casmurro?

— Sou eu, senhor, sim.

— Ouve bem. São José nos guarde! respondeu o oficial em voz submissa.

Adiante encontrou o pseudoajudante uma sentinela: