Página:As Minas de Prata (Volume IV).djvu/314

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em que este já quase restabelecido se apoiava apenas por comprazer.

Sentaram-se à mesa. João Fogaça comeu com o apetite valente dos homens cuja vida é o movimento constante; a moça com o desembaraço e a singeleza da gente do povo; Cristóvão devorou uma juriti que a sua hóspeda cuidadosa mandara assar de espeto para desenfastiar o doente. Sobre essa refeição consentiu o capitão de mato que bebesse dois dedos de vinho generoso.

Terminada a ceia, a viúva guardou os arranjos, e puxando a candeia para a outra extremidade da mesa, começou a fiar, enquanto na cabeceira os dois amigos continuavam numa dúbia claridade a prática interrompida.

— A verdade é, João, que fazem hoje quinze dias; e ainda não descobristes modos de passar a Elvira um recado meu!...

O sertanejo pôs-se a assobiar entre dentes, o que era nele indício de mau humor.

— Se não fora Estácio, a esta hora nem saberia se ela me tinha em lembrança, ou já de todo me esquecera!... acrescentou Cristóvão com um suspiro.

— Bem vos propus um meio! Não aceitastes!...