Página:As Minas de Prata (Volume IV).djvu/326

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vos quis despedir põe a cabeça fora do postigo para espreitar. A casa está cheia de escravos negros e gente armada!... E quereis que se entre lá sem torcer uma orelha!...

Cristóvão já não o escutava; via a imagem de sua Elvira na ideia e trocava com ela as queixas mútuas de tantos dias passados em cruel aflição.

O capitão de mato ergueu-se de um salto:

— Alguém nos espia!...

Com efeito ouviram-se as folhas estalarem sob um passo sutil e ligeiro; o vulto esbelto de um homem surgiu na penumbra, e assomando em face dos dois amigos, abraçou Ávila.

— Estácio!... exclamou Cristóvão não podendo crer no que viam seus olhos.

— O governador consentiu afinal soltar-vos? perguntou João Fogaça.

— Não: mas soltei-me eu!

— Bravo!...

— Contai-nos isso!...

— Depois, Senhor Fogaça; agora urge negócio de maior importância, para o qual não me sobra tempo.

— Podemos nós ao menos ajudar-vos nele? perguntou Cristóvão.