Página:As Minas de Prata (Volume IV).djvu/338

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Cristóvão deu um passo; mas recuou tomado de uma ideia terrível:

— E Elvira que talvez me supõe morto!...

— É isso que vos inquieta! respondeu Fogaça. Pronto é o remédio.

E o capitão de mato soltou uma de suas estrepitosas gargalhadas, que reboou ao longe enchendo o silêncio do ermo.

— É o danado do capitão de mato!... resmungou uma voz da outra banda.

— Ele mesmo, biltre!... Vai juntando no teu canhenho! Eu te farei as contas um dia.

Ditas estas palavras, seguiu os outros, que já iam adiante. Cristóvão ardia de impaciência por devorar as letras de Elvira. Estácio ansiava por ver-se a caminho de sua empresa.

— Que horas serão?

— Passa de meia-noite, respondeu o capitão de mato olhando as estrelas. A gente aí está.

Ouvido tinha dado sinal. Por algum tempo nada se percebeu; depois começou um ligeiro estalido, até que os vultos dos dez índios com o capataz Antão Gonçalo à frente, surgiram do mato.