Página:As Minas de Prata (Volume IV).djvu/53

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O P. Molina logo no seguinte dia ao da sua chegada, encontrando-se por tarde com o reitor, comunicou-lhe que tomava ao seu cuidado o negócio da misteriosa dama, de que se tratara na véspera em capítulo.

Assim se explicam as entradas da Brásia com o visitador, que ordenara-lhe empregasse traças para desviar a moça de ir ao colégio naquele dia, especialmente por causa da pregação; como essa devia ser forte em demasia, podia abalar muito a alma da senhora e movê-la ao pranto e lamentação de suas passadas desditas. Ora, a velha servente, condenada a perder o famoso sermão, não cabia em si com o contentamento de o ouvir e comentar com alguma comadre que por ali achasse a jeito.

Varando entre a pinha de devotas, chegava ao lado de Dulce e encolhia-se para acomodar-se no cantinho que lhe fizeram as outras conchegando-se, quando foi ouvido um burburinho que fazia o povo empurrando-se com murmurações descontentes, mas contidas pelo respeito do lugar.

— Já se viu isto?... exclamava toda arrebitada a tia Eufrásia. Vir à igreja como uma emparedada, a tomar largas aos mais!...

— Ela que se esconde, não é