Página:As Minas de Prata (Volume IV).djvu/68

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frase da voz solene, avocou a si todos os espíritos e todos os olhares!

— Grande é o poder de Deus!...

Abaixando para o corpo desfalecido da dama um olhar compungido, continuou com fala dolente:


“Sucumbistes, mísera criatura, minada pela culpa, ao peso do remorso!... Caístes fulminada ao sopro vingador da ira celeste!...

“Deus grande, Deus onipotente, vós que armastes o braço frágil de vosso ministro, e infundistes na sua imprecação uma centelha da vossa ira tremenda, para que tivesse a força de abalar este povo embrutecido no pecado e penetrar o seixo áspero do seu coração: Deus infinito de bondade, deixai cair sobre a mísera pecadora uma lágrima de vossa misericórdia. Graça, Senhor, graça para esta alma, que renascerá pelo arrependimento, depois de dura expiação.

“Graça para ela, mas punição para os que persistem na culpa, punição tremenda. Assim como esta, caiam fulminados pelo raio todos os réprobos! A sua hora está marcada; eu daqui as vejo, essas cabeças onde o anjo vingador já selou em caracteres invisíveis a sentença do extermínio. Tremei, vermes da terra, tremei. Não ouvides?...