Página:As Minas de Prata (Volume IV).djvu/69

Wikisource, a biblioteca livre

Ai, não! O tiritar dos membros e ranger dos dentes não vos deixam escutar... Mas eu ouço já o medonho sussurro que se levanta lá nas portas do céu. É o bulcão que vos há de varrer, miserável argila. Face em terra! Rebolçai-vos no pó. A maldição do Senhor desce sobre vós, como desceram sobre o povo de Israel as chamas do Monte Sinai!”


Levantou-se por todo o âmbito da igreja uma grande lamentação, entrecortada de soluços e prantos; a maior parte das mulheres e muitos homens caíam com a face em terra, rojando pelo chão as frontes, ou batendo fortemente nos peitos com grandes clamores, entre os quais destacavam esses gritos:

— Senhor, misericórdia!...

— Confesso a minha culpa, absolvei-me, padre!

Depois de gozar um instante desse triunfo, o sacerdote aplacou a tempestade que ele próprio concitara.


“Sus!... Erguei as frontes humilhadas e preservai no arrependimento, que a graça do Senhor descerá às vossas almas na bênção de seu indigno servo.”


Lançando com um gesto augusto a bênção ao