Página:As Minas de Prata (Volume IV).djvu/81

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como cordas bambas de um mastro roto, açoitando ao vento o madeiro.

Joaninha achegou-se, e com o seu modo mais gentil e a sua voz mais cariciosa falou-lhe:

— Onde ides assim, tão alheio, que não dais com a gente, Tiburcino? É muito mal feito, sabeis?...

— Se não vos tinha visto, Joaninha! respondeu o magarefe achatando-se no gosto de ouvir aquelas palavras. Pois há nada que me alheie em vos vendo!...

— Escusas não são respostas!... Pergunto-vos eu onde ides desse passo?...

— Sem rumo, se não é que algum me dais agora.

— Oh! que sim!... Vinde cá em meu seguimento! disse a mulatinha acenando-lhe com a mão travessa.

O magarefe deitou ainda uma vez os olhos para o fim da rua onde pouco havia que Estácio desaparecera, e arrancando um suspiro roufenho da peitada robusta, com ele se arrancou a si daquele lugar por um esforço grande, a modo que despedaçasse o rijo laço que o cingia ao poste. É que nesse instante lhe surdira na imaginação aquela